6 de junho de 2012

Sem rumo


Toda a vida, fazemos malabarismos para não perder a lucidez do amor. Para confiar cegamente no abrigo que escolhemos para nos manter. O mar que faz embarcar o nosso barco, que dança ao rumo do vento.
Para jogar este jogo {perigoso que é O amor}, com os pés assentes no chão. 
Chão esse que por vezes, se torna ausente.
A cada dia que passa, percebemos que com o tempo, passamos todos a exacerbar a loucura deste sentimento; gestos que nos prendem a pessoas que ancoram em nós a esperança.
E nós? Podemos confiar?
Queria apenas que por um dia, todos os meus sentidos se evaporassem por entre as montanhas que visualizo na minha imaginação.
Estou atada a sentimentos que magoam, que doem do lado esquerdo do peito { Não sei bem onde}.
Hoje quebrou-se em mim, a vaidade de um amor ideal, a certeza de um caminho sem maldade.. 
hoje, há aqui, do lado esquerdo do peito, muita tristeza e poucos sonhos.
Enquanto anoitece, o brilho do mundo desaparece em mim, e sinto
que me falhou o mundo aos pés. Que em nada mais me consigo agarrar. E choro; não choro por tristeza, mas por desilusão.
A desilusão é uma dor mais cruel que a pura tristeza; a desilusão pressupõe uma ilusão, que criamos na palma das mãos, e tomamos conta, com todo o carinho.
Tenho-te aqui comigo, na mão esquerda.
Na minha mão direita, está o que restou do meu coração; falhei com ele.. e ficou em mero pó. 
Tudo se resume a isso: mãos cheias de nada. Pedaços que não quero reconstruir. Sonhos que já não me pertencem. Saudades da inocência perdida, que agora balança nas minhas mãos.
Podia manter-vos nas minhas mãos, mas o que não nos pertence -  é livre. 
Estendo as duas mãos ao vento.. e deixo a vida decidir a verdade, eu fugi ao vazio.
Quero apenas guardar o abraço que um dia, me encheu a alma.

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