14 de junho de 2011

Certo Dia..

Um dia, perguntaram-me, como podia esquecer um amor. Como podia deixar de lutar depois de tantas montanhas e obstáculos percorridos. Depois de tantos pensamentos e actos de perdão.
Depois de tantos momentos a escalar a realidade para chegarmos aos sonhos.
(...)
E eu, nesse mesmo momento,
deixei cair uma lágrima - pesada - mas carregada de sabedoria e,
perguntei a mim mesma: como alguém é capaz de ultrajar o amor?

Desta forma - subtil - consegui responder a essa pessoa.

Sim.. o amor - não merece - dor, lágrimas e imperfeição.
O amor é mestria, poesia e sinceridade. É um mundo redondo que não permite quedas. Sem paredes e barreiras que nos levam a lado nenhum.
O amor é paciência e sapiência. Um ninho onde estaremos sempre a salvo.
O amor não é a felicidade, é apenas o ponto de partida para a apreciarmos.
Amor é solidão e companhia. É ser pequeno quando o coração pede.. e ser grande quando a realidade nos coloca à prova.
(...)

Hoje sei, que um amor nunca se esquece.
O amor é parte de nós - sempre e em qualquer momento - desde que um dia, tenha sido sentido por duas almas.
Mas...toda a poesia envolta nele.. corre agora pelas minhas veias como um rio. Que parou num charco, sem correr em direcção nenhuma. Não pode.

Não vamos falar de erros.. porque a melodia de agora, não me permite enganar mais o coração.
Esta liberdade tem um sabor amargo, mas
..simultâneamente isso agrada-me: precisava de dar sabor à minha vida.

Com o tempo, as palavras serão substituídas por revoltas e lágrimas que não bastarão para entendermos os "porquês"...
Tanto melhor.. porque nos tornamos demasiado complicados.. ao tentar encontrar uma justificação para tudo.
Eis que a vida quebrou este laço.., ou pelo menos, sabe que tem de o fazer...
... e a loucura está no medo que temos de avançar. De aceitar. De corrigir. De voltar a amar. De apagar.
Tememos mais a felicidade,que a monotonia e a aceitação daquilo que sempre tivemos na palma da mão.
Tenho medo - dos meus próprios sonhos.