21 de outubro de 2012

Liberdade

A vida só começa a ser realmente vivida, quando deixamos de ter medo de arriscar, de sonhar e de ir além fronteiras.
Na maior parte do tempo vivemos numa bolha que nos impede de ver mais longe do que aquilo que enxergamos diariamente.
Temos medo, tanto medo de fracassar que nos deixamos consumir pelas mesmas coisas de sempre, que nos magoam e fazem sentir que estamos parados no tempo.
Temos de fazer escolhas - e as melhores - são sempre as que parecem mais difíceis de tomar.
Quando o horizonte parece assustador, é quando o sol brilhará dentro e fora da nossa alma.
Porque os caminhos mais difíceis são de facto, os mais promissores.
Por vezes, sinto medo de viver a minha vida. E isso, dá oportunidade que "outros" a vivam por nós -  através de opiniões, palpites e atitudes.
Quando tivermos coragem de seguir sozinhos e enfrentar os nossos medos e angustias, seremos efectivamente livres.
Não tenho muitos sonhos para o dia de amanhã, apenas um: ser livre.
E a liberdade não é um conceito somente físico.
A liberdade da alma, é chegar ao fim do dia e sentir que o sol brilhou todos os segundos; é chegar a casa e saber que teremos o nosso espaço de paz; é acordar com vontade de vencer mais um dia incansavelmente difícil.
Uma vez disse " O percurso do herói é solitário" -  definitivamente, é verdade.
Porque sempre que esperamos o braço de alguém, estamos a perder parte de nós, parte do nosso caminho e parte da nossa história.

Liberdade é deixar voar os nossos sonhos, sem medo e sem hesitações -  e acima de tudo, sem interferências

27 de julho de 2012

História de Vida


"Somos nós que construímos a nossa história,

escolhemos as personagens principais e as secundárias... decidimos enredos e locais de cena...

não entendo, porque não temos um final feliz."
BP

27 de junho de 2012

Um pouco de céu - Mafalda Veiga




" Só hoje senti que o rumo a seguir levava para longe

senti que este chão já não tinha espaço para tudo o que foge
não sei o motivo para ir
só sei que não posso ficar
não sei o que vem a seguir
mas quero procurar
e hoje deixei de tentar erguer os planos de sempre
aqueles que são para outro amanhã, que há-de ser diferente
Não quero levar o que dei
(...)
Só hoje esperei já sem desespero que a noite caísse
nenhuma palavra foi hoje diferente do que já se disse
e há qualquer coisa a nascer
bem dentro, bem fundo de mim
e há uma força a vencer
(...)
hoje,
parece bastar um pouco de céu"

Esta música é simplesmente perfeita*

Menos, é mais.

Não são todas, as noites em que ao invés do olhar se fechar ao descanso.. dele brotam pequenas lágrimas sofridas, mascaradas durante o dia, com grandes sorrisos e pequenos gestos.
{hoje é a noite}
Tenho em mim todas as incertezas do mundo e, com elas, o desejo de acreditar numa defesa interior, que me faça brilhar. Saltar a um novo patamar. Crescer. Amadurecer emocionalmente.


"O segredo para ter mais não é ter mais; é precisar de menos."
Pedro Chagas

E por vezes, ter-nos a nós mesmos, é mais que suficiente para a plenitude; Correr atrás da aceitação e amor de segundos [e de terceiros] é meio caminho para a ilusão. 
E consequentemente para a desilusão.
Avaliar melhor a nossa capacidade individual, é de génio. 
Criar um circulo que nos proteja do "mais" é essencial para a sanidade emocional.


Cada lugar por onde passo, sinto que a ele não pertenço. E hoje apenas isso, me faz acreditar que a eterna felicidade está na nossa individualidade. 
Naquilo que prospera nas nossas mãos; 
que emerge do nosso esforço, 
que se ampara na nossa dedicação e coragem.


Como um dia escrevi, o percurso do herói é individual; a necessidade de segundos {terceiros e por aí afora}, na nossa vida, é essencial, para mantermos os laços de uma normal socialização e, paralelo, encaixe no mundo.
Mas os laços, os verdadeiros laços  
- laço intransmissível , intemporal,  sincero, fiel.. esses, só mesmo os que moram junto ao nosso ser. Como quem diz, nós mesmos.


Deixei voar os sonhos, e pedi, que acalmasse a tormenta. Mas feri-me. Enquanto escurece, peço por tudo que consiga avançar nas decisões mais difíceis para o coração, mas mais correctas para a razão.


Não é difícil viver com pouco - difícil, é ser feliz com pouco. É valorizar o pouco, que é muito.
... difícil é agarrar  as pequenas coisas e esquecer o perigo que é morrer por não ver o que o "mais" esconde.
Tenho o mundo dentro das minhas mãos -  agora fechadas. Quando nos falta o chão, não há nenhuma mão para nos salvar.
E o que nos resta? O menos. Esse mesmo menos, que nos fará encontrar o que é realmente importante no nosso coração.

17 de junho de 2012

Complicar

"Complicamos demais a vida.. e por isso, todos os dias nos parecem impossíveis de suportar. 
Cada dia é mais difícil que o anterior. 
Tudo se acumula na alma como ondas de incompetência e desespero. 
Talvez seja importante mudar de atitude e aceitar aquilo a que a vida nos convida. 
Se não queremos aceitar, devemos lutar. 
Ir mais além, querer, fugir ao que magoa, tomar decisões e,
Complicar a vida
 dirigir com afinco a nossa vida."

14 de junho de 2012

Um pequeno desabafo..

"Actualmente, ninguém dá valor aos sentimentos; nomeadamente à amizade e ao amor.
É tão mais fácil descartar e começar de novo. Tão mais fácil desistir e dizer que não se aguenta mais a pressão do quotidiano.
Acabou a luta por aquilo que realmente vale a pena. Acabou a coragem, o carácter e a verdadeira essência que se sente no olhar.
Esta "era" virtual tem tanto de bom como de mau - é uma balança contraditória.
Se por um lado pode aproximar pessoas, por outro, pode agir exactamente no sentido oposto.
As pessoas esquecem-se de valorizar a realidade e vivem como consumistas de tudo que é virtual e imaginário.
No fundo, é tudo bem mais fácil, quando não tem de ser encarado directamente!
As pessoas não são números.
É importante que todos tenham consciência disso quando fizerem escolhas. Quando agirem relativamente a algo.
O amor e a amizade é vivida por gestos - gestos esses que têm de ser inevitavelmente Humanos e reais .
Parece que todos se esquecerem de como é."

6 de junho de 2012

Mafalda Veiga - Fim do Dia

Sem rumo


Toda a vida, fazemos malabarismos para não perder a lucidez do amor. Para confiar cegamente no abrigo que escolhemos para nos manter. O mar que faz embarcar o nosso barco, que dança ao rumo do vento.
Para jogar este jogo {perigoso que é O amor}, com os pés assentes no chão. 
Chão esse que por vezes, se torna ausente.
A cada dia que passa, percebemos que com o tempo, passamos todos a exacerbar a loucura deste sentimento; gestos que nos prendem a pessoas que ancoram em nós a esperança.
E nós? Podemos confiar?
Queria apenas que por um dia, todos os meus sentidos se evaporassem por entre as montanhas que visualizo na minha imaginação.
Estou atada a sentimentos que magoam, que doem do lado esquerdo do peito { Não sei bem onde}.
Hoje quebrou-se em mim, a vaidade de um amor ideal, a certeza de um caminho sem maldade.. 
hoje, há aqui, do lado esquerdo do peito, muita tristeza e poucos sonhos.
Enquanto anoitece, o brilho do mundo desaparece em mim, e sinto
que me falhou o mundo aos pés. Que em nada mais me consigo agarrar. E choro; não choro por tristeza, mas por desilusão.
A desilusão é uma dor mais cruel que a pura tristeza; a desilusão pressupõe uma ilusão, que criamos na palma das mãos, e tomamos conta, com todo o carinho.
Tenho-te aqui comigo, na mão esquerda.
Na minha mão direita, está o que restou do meu coração; falhei com ele.. e ficou em mero pó. 
Tudo se resume a isso: mãos cheias de nada. Pedaços que não quero reconstruir. Sonhos que já não me pertencem. Saudades da inocência perdida, que agora balança nas minhas mãos.
Podia manter-vos nas minhas mãos, mas o que não nos pertence -  é livre. 
Estendo as duas mãos ao vento.. e deixo a vida decidir a verdade, eu fugi ao vazio.
Quero apenas guardar o abraço que um dia, me encheu a alma.

5 de junho de 2012

Sedução


"Os homens convenceram-se de que, por natureza, são infiéis. Porque foram concebidos para cobrir todas as fêmeas do planeta. Vontade não lhes falta; o problema é não contarem com a colaboração das ditas, para além da falta de tempo e de paciência para seduzir as que, de certezinha, se deixariam levar."
Miguel Esteves Cardoso




Este escritor é um génio.
Adoro cada palavra dele. 
A sedução pode ser uma dádiva na nossa vida, quando usada adequadamente e com intenções positivas no amor, nas relações, na vida.
É um tema controverso, este, o da traição.Ou o escolher outra coisa além do correcto, que é o mesmo.
O da sedução em caminhos opostos de uma relação a dois
O querer mais além daquilo que se tem por perto. Que muitas das vezes (estupidamente) não chega. Não nos materializa o amor, nem o sexo. Não basta. Não é exímio. 
Queremos mais. Por natureza, somos uns humanos insatisfeitos.

Ego? Alter-ego? Inconsciente? Emoção? Aventura? Risco? Tesão? Novidade? Mudança?
                                                 (...)
Afinal do que se trata a traição? O seduzir alguém quando se têm um compromisso emocional com outra pessoa.
Os homens (e as mulheres) são por natureza infiéis -  ao amor, às relações, aos compromissos, aos deveres e obrigações.. (...)
Não nascemos propriamente comandados a ser politicamente correctos, nem tão pouco, somos capazes de suprir as necessidades mais básicas com facilidade, e pelos meios mais aceites socialmente;
e por isso, para atingir certos estados de alma.. há caminhos & caminhos para atingir a satisfação -  pessoal, sexual, profissional, emocional, etc e tal.
A monogamia é imposta pela sociedade, é facto. Mas, 
a fidelidade deveria ser imposta pelo coração, pelo carácter da pessoa -  essencialmente, pela fidelidade aos sonhos e às palavras que são tantas vezes gestos desenfreados que dão sinais errados.
Sejam fiéis, a vós mesmos; Não quebrem as promessas do coração, como quem embarca num barco, para uma nova viagem, deixando tudo para trás.

A certa altura das nossas vidas, percebemos, que estamos rodeados de estranhos -  e refiro-me àquelas pessoas com quem partilhamos anos de existência,
porque os verdadeiros estranhos, não magoam a nossa alma.



23 de maio de 2012

Momento de leitura*

 "Sempre que dizemos adeus"

Já teve a sensação de não pertencer à sua família, que é completamente diferente daqueles que a rodeiam?É isso que a decoradora de interiores Harri Ryan, de trinta anos, sente desde criança, apesar deser muito chegada a George, o seu irmão gémeo, e aos carinhosos pais, Gloria e Duncan. É a segunda vez que Harri tenta casar com o seu noivo James, e a segunda vez que tem um ataque de pânico, acaba no hospital com o vestido de casamento e a festa tem de ser cancelada.Harri perdeu o amor da sua vida, mas há mais na situação do que o nervosismo de uma noiva - e desta vez ela quer a verdade. George suspeita que há algo que os pais não lhes estão a dizer. Porém, numa semana tudo será revelado e as suas vidas irão mudar para sempre.


Este romance, desloca-nos para uma história de amor e coragem, que se desenrola essencialmente no seio familiar.
Sem querer acrescentar muito ao desenrolar do romance, quero apenas salientar alguns aspectos,
A família -  demasiado importante para se manter do outro lado da nossa vida. Os nossos pais, irmãos (etc), são parte de nós, tal e qual nascemos. Nem sempre temos a família que escolhemos, mas quando a temos, devemos dar-lhe o máximo de valor.
O amor -  deve estar do nosso lado, aconteça o que acontecer. A vida traz imensos momentos e nem sempre conseguimos corresponder às exigências determinantes para a nossa felicidade; ter alguém que se mantenha a nosso lado, com a lucidez suficiente para continuar a amar, é louvável, num mundo cada vez mais superficial.
Os problemas - sejam eles quais forem, a dor pode ser inigualável.. mas tudo se ultrapassa. O tempo ajuda. O tempo e a capacidade (sobre) humana que cada um de nós magicamente possui.
Os amigos -  a família que escolhemos, e independentemente dos atritos normais que possam surgir, sabemos que a amizade não tem hora.


15 de março de 2012

Brindar..

Um brinde a quem não está preocupado em ser politicamente correcto.
Um brinde a quem não tem medo de ser diferente. Aos que têm caracter, aos que não se preocupam com a opinião dos outros, e aproveitam a vida ao máximo.
Um brinde aos que gostam deles próprios e aceitam de cabeça erguida o que não podem mudar. Um brinde aos que resistiram a vários obstáculos e continuaram a sorrir.
Um brinde aos que não desistem, aos que não veêm na vingança uma forma de vitória. Aos que sabem admitir que erram e são capazes de por o orgulho de lado.
Um brinde aos fortes, aos fracos, a cada um.
Brinda-se aos que seguem em frente sempre que se deparam com um novo obstáculo sem passar por cima de ninguém. Aos que não se calam, mas sabem permanecer em silêncio.
Um brinde aos que gostam de todas as estações do ano, e sabem aproveitar o que de melhor o mundo tem para nos dar.
Um brinde aos que dão valor aos mais pequenos pormenores. Um brinde aqueles que sabem parar e ceder, aos que conseguem dizer não mesmo quando querem dizer sim.
Um brinde a quem se orgulha de se arrepender, a quem aprende com isso, e não tem medo de arriscar outra vez.
Um brinde á vida,
e a nós.

7 de fevereiro de 2012

Sensações

Eu perdi... perdi a voz e tudo aquilo que já fez parte do meu querer. Perdi o calor que me acompanhava nos momentos frios. A mão que me amparava nas quedas e que endurecia a minha armadura; aquela armadura que usava contra os obstáculos..Agora sou somente eu, um Ser comum.Sou um vento só, pó e solidão... gota de orvalho caída e perdida - seca sem dó.sou lembrança do passado,

sou mais uma canção que toca na rádio ao final da tarde...

sou ainda, a prova viva, de que nada nesta vida é para sempre.. até que alguém prove o contrário.
Eu enlouqueço e rendo-me ao medo; sou remexida por lágrimas que agarram o turbilhão de sensações dentro de mim.Fotografias caídas na caixinha de memórias que é o meu coração; longe de nós, sou novamente eu... um vento só que quer ir mais além do presente... um sonho de amor que procura a eternidade da realidade.sou, sim sou a prova que nada nos sentimentos é eterno, que tudo é mais forte que o amor.

Sei sim, perante olhares incrédulos, que a vida não é tão quente e reconfortante como julgamos e,que o amor não tem a forma de um coração.O amor é um muro que nos separa da vida. É uma utopia que nos arranca os sonhos. Não preciso de falsas promessas de amor, e de frases tão utilizadas pelos comuns mortais... "amo-te", é tão somente aquilo que representa para nós a outra pessoa.E esse amor pode medir-se pela coragem e pelo carácter que temos {e pelo que temos para dar aos outros}.Agora sou SÓ. Sou lembrança do passado.

Inverno no coração

O dia demorou a amanhecer e, durante a noite não senti o cheiro da tua pele...
não consegui encontrar o espaço entre os teus dedos, para entrelaçar as minhas mãos... não encontrei a tua boca para reconfortar o meu beijo.

E não tenho saudades.

Porque é inverno no meu coração.

...Muitas vezes temos de olhar para o céu e ver o sorriso de quem amamos desenhado nas nuvens, porque o amor, só é perfeito no nosso coração.

Na vida, os sentimentos são demasiado falíveis e,
perdem-se quando menos se espera. Não podemos chorar de saudade de algo que jamais conseguimos construir de forma sólida e intemporal.

O amor é um jogo.
No dia em que nos conhecemos, alguma coisa em mim despertou; o céu permitiu que o sol me embalasse nos teus braços. O calor do teu beijo embelezou a minha vontade de sonhar. Pois, quando se sente amor, a razão entrega o de imediato o nosso coração. É uma vontade que jamais se consegue controlar. O amor é uma vontade louca de acreditar num mundo melhor, nas pessoas, no dia a dia.. nos sonhos, e numa realidade mais amena.

Tenho medo de amar. Medo de me apaixonar por um sorriso; de me aproximar porque o coração quer beijar a tua boca. Quero a sanidade mental em detrimento das decisões inconscientes provenientes do amor.

Na verdade, não conheço o amor. Os sonhos apagam-se perante tantas indecisões e tão poucos objectivos realizáveis. Recomeço este novo dia, cansada. Pressinto o teu corpo aqui, e sei que não há mais nada a fazer senão deixar que a vida tome um novo rumo. Pressinto os teus gestos antigos.. e lamento não termos ido ao encontro dos sonhos um do outro.


Um coração cai despedaçado e não importa que tudo tenha sido tão breve. Procura por mim no vento... irei visitar-te até de nós me lembrar.

3 de fevereiro de 2012

Das relações de Amor..


As relações de amor, normalmente começam muito bem.. com muitas provas dos nossos sentimentos, de intensa dedicação, de elevada esperança e sonhos a dois, no esforço de amanhã ser ainda melhor que o hoje. De estrelinhas e corações e, "borboletas na barriga" (...)
com o passar do tempo {muito ou pouco, depende}
surgem as incertezas, as dúvidas, os medos, os ciúmes (...)
As declarações de amor {físicas e emocionais} vão diminuindo.. vamos dando a coisa como certa, como permanente e, imutável.
É nesta fase, que consideramos o amor como nosso. Ali, sempre, sem fugir das nossas mãos.
A partir daqui,
deste ponto em que nos julgamos donos dos sentimentos alheios, não há muita luta.
Não há muito esforço. Não há muita novidade. Não há, simplesmente, a tão importante conquista.
Como podemos acreditar que já conquistamos o que havia a conquistar? Quem nos diz que não há mais além daquilo que até ao momento conseguimos conquistar?
É certo que o nível de paixão decresce com a passagem do tempo; seria extremamente complicado viver em constante êxtase de paixão e enamoramento.
Mas fica o desejo {ou devia ficar} de ser mais... de querer mais... de ter e conquistar ainda mais.
A incerteza apodera-se das nossas vidas, porque permitimos que surga o desgaste relacional.
Porque cada dia é igual ao outro; porque a realidade começa a afastar-se demasiado dos nossos sonhos..
e porque nos cansamos de conquistar quem não nos conquista.
Desistimos. E isso é tão errado, como deixarmos a nossa felicidade em mãos alheias.
O amor, é acima de tudo, saudade - saudade daquilo que não conseguimos, que não conquistamos, que apenas imaginamos no recanto da nossa alma.

O coração enfraquece com a dor. Não há muito a fazer quando se parte um coração. Todo e qualquer recomeço é um muro de pedra, pintado de branco, onde se observam as inscrições marcadas de negro, de uma {ou mais} dor antiga.
Pode parecer fácil, mas o amor é muito mais do que aquilo que exige. O amor precisa de muito mais do que aquilo que se dá.
A simplicidade não faz parte do amor.
O amor é a entrega máxima e total, até ficarmos sem forças e sem medos.

31 de janeiro de 2012

Trapo



O dia deu em chuvoso.
A manhã, contudo, esteve
bastante azul.
O dia deu em chuvoso.
Desde manhã eu estava um pouco
triste.
Antecipação! Tristeza? Coisa nenhuma?
Não sei: já ao acordar
estava triste.
O dia deu em chuvoso.

Bem sei, a penumbra da chuva é
elegante.
Bem sei: o sol oprime, por ser tão ordinário, um elegante.
Bem
sei: ser susceptível às mudanças de luz não é elegante.
Mas quem disse ao
sol ou aos outros que eu quero ser elegante?
Dêem-me o céu azul e o sol
visível.
Névoa, chuvas, escuros — isso tenho eu em mim.

Hoje quero
só sossego.
Até amaria o lar, desde que o não tivesse.
Chego a ter sono
de vontade de ter sossego.
Não exageremos!
Tenho efetivamente sono, sem
explicação.
O dia deu em chuvoso.

Carinhos? Afetos? São memórias...
É preciso ser-se criança para os ter...
Minha madrugada perdida, meu céu
azul verdadeiro!
O dia deu em chuvoso.

Boca bonita da filha do
caseiro,
Polpa de fruta de um coração por comer...
Quando foi isso? Não
sei...
No azul da manhã...

O dia deu em chuvoso.



Álvaro de Campos

17 de janeiro de 2012



"Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. Se estiver tudo certo, continue. Se sentir saudades, mate-a. Se perder um amor, não se perca! Se o achar, segure-o!"

Fernando Pessoa

16 de janeiro de 2012

"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.


Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente."


Carlos Drummond de Andrade

Palavras

Podíamos admitir que por vezes, na nossa vida as palavras são apenas sons que utilizamos para distrair os outros, para proteger as nossas verdades, para que a nossa essência se torne impenetrável. As palavras são distracções que usamos para vincar o limite, onde só algumas presenças são permitidas, são distracções que nos permitem controlar o acesso dos outros ao que nos pertence emocionalmente.


Nunca ninguém pode falar de outrem com verdade no que diz.


Nem nós mesmos...

Pela metade de nós...



"Pode crescer até metade, mas não crescerá tudo o que pretende. Num dado momento, a sua vida começa a declinar, você chegou até metade mas não chegou até ao fim, está meio contente e meio triste, não é nem um homem frustrado, nem um homem realizado. Não é frio nem quente, é morno e, como diz um evangelista num qualquer livro sagrado, coisas mornas não afectam o paladar."
Paulo Coelho

12 de janeiro de 2012

Apenas, e só, a vida.

Não entendo qual o propósito de certos e determinados acontecimentos na nossa vida; não consigo encaixar na minha compreensão, tantos e tantos momentos de dificuldade, tristeza e desistência.
Nossa.
Das pessoas.
Do Mundo.
Sinto-me cansada, e nem tão pouco sei, se quero continuar. A cinza que sobrou de mim, continua espalhada no chão da alma.
Nada é capaz de erguer aquilo que talvez já tenha sido.São lugares tão ausentes. E estou parada neste impasse.
Sinto-me só.
Estou exausta de tantas batalhas e tristezas. De tudo aquilo que só faz florescer sorrisos, porque me obrigo a ser mais forte {do que aquilo que sou capaz}.
Este peso, esmaga-me o coração. Fortalece a dor.
De quem sou? Como vou enfrentar o mundo? Como se procura aquilo que não sabemos se existe?
Não sabemos nada sobre nós. Apenas sabemos que algo muda, quando a tristeza se apodera dos poucos sonhos que nos acalmam a alma.

10 de janeiro de 2012



"Quando me amei de verdade comecei a livrar-me de tudo o que não fosse saudável...
Pessoas, tarefas e qualquer coisa que me pusesse para baixo.
De inicio a minha razão chamou esta atitude de egoísmo. Hoje sei que se chama Amor Próprio"


-Charles Chaplin-

5 de janeiro de 2012


Por vezes, a vida mostra-nos realidades para as quais não queremos estar preparados.
é difícil lidar com situações que fogem do nosso alcance.
quando as coisas não dependem apenas de nos. . . um eterno caminho a percorrer.