26 de dezembro de 2011





"Hoje em dia as pessoas apaixonam-se por uma questão prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão mesmo ali ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato. Por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria."
Miguel Esteves Cardoso

9 de dezembro de 2011

Felicidade

"Para se ser feliz é preciso ser-se um bocado parvo. Eu, por exemplo, sou. A felicidade é inversamente proporcional a uma série de coisas de boa fama, como a sabedoria, a verdade e o amor. Quando se sabe muito, não se pode ser muito feliz.

A verdade é quase sempre triste."
Miguel Esteves Cardoso

7 de dezembro de 2011

Nostalgia



"O mundo é de quem não sente.
A condição essencial para se ser um
homem prático é a ausência de sensibilidade".


Fernando Pessoa


A nostalgia - por vezes, chega por si mesma. Hoje, contudo, fui eu, que a trouxe até mim, aquando li e reli sentimentos do passado, acontecimentos, lembranças. De tudo e do amor. Da família e da vida em geral. Dos sentidos e da apatia. Dos abraços e das lágrimas de solidão. Das tentativas e dos recomeços. Do brilho e da escuridão. Das promessas e das falsidades. Da alegria e da sensação de perda [...].


E tudo isto, gerou em mim um misto de sensações. Sei que já enfrentei muitas batalhas; muitas guerras.


Já perdi mais do que o meu coração seria capaz de aguentar [mesmo assim mantêm-se firme do lado direito do peito].


Mas numa pequena viagem [mental e emocional] pelo passado [recente], percebo que foi mais aquilo que ganhei, que necessariamente o que perdi - por este caminho.


Perdi um amor. Sim é verdade. A minha alma gémea [que talvez nem o tenha sido]. Mas ganhei uma nova oportunidade de amar [de ser amada], de aprender com os erros que cometi e que deixei [inevitavelmente] que cometessem comigo.


Todos já perdemos um amor. Verdade?


Todos já dissemos que nunca nos voltaríamos a apaixonar ou acreditar na paixão, nos gestos de amor e até na eternidade de um sentimento.Fiquei despedaçada. Mas soube recomeçar.Não porque fosse opção minha, mas porque tinha de ser.

Porque a vida vai muito além daquilo que queremos. Não pára perante as dificuldades e obstáculos que oscilam o nosso mundo. Temos de seguir. Continuar. Amarrar a dor a um passado distante e soprar perante o sol, um pouco de loucura que desfaça a fronteira entre a dor e o futuro.

Ainda está tudo [absolutamente tudo] no coração. E a isso, chamamos recordações.O reflexo daquilo que hoje sou, está lá - nesse passado, que deixou marcas na alma e na pele.Sabe bem, reviver essas recordações {tão boas e outras tão más}.

Hoje, sabe bem, estar a teu lado, simplesmente porque estás a segurar-me na mão.

E admito, há gestos, que só dou valor agora. Que só agradeço, porque um dia, senti falta deles.Há verdades que só brotam, porque um dia soube o que era a mentira. E tantas outras coisas, que só existem, porque, felizmente [no passado] foram ensinadas - da melhor ou da pior forma - mas hoje, fazem parte de mim [mais que isso, hoje fazem-me ser esta Pessoa singular e tão única, como o som das ondas a bater no rochedo da praia].De facto [e não, este blog ainda não escreve de acordo com o novo acordo ortográfico]

os sonhos mudaram em mim?Não. Diria eu. Seguramente que não. Mas deixaram, contudo, de ser a minha prioridade. Gosto das fantasias. Do imaginável.

... apenas para segurar na palma da mão e poder sentir que os tenho em meu poder.

No dia a dia, uso o coração aliado a tudo que aprendi no passado [e aprendo a cada novo dia].Por isso, hoje, não sou melhor que no passado, mas sou mais consciente de tudo aquilo que me rodeia; de tudo aquilo que posso ver, bem como de tudo aquilo que nem posso sentir com os dedos.

Não tenho medo. Porque sei o que virá a cada amanhecer.

São gestos...


De repente deu-me vontade de um abraço, uma vontade de proximidade que desperte amor, emoção, amizade, sei lá...
Um abraço que me faça lembrar o carinho que surge devagarinho da magia da união dos corpos, do calor das mãos a acariciar as costas a dizer: "estou aqui" e do entrançar dos braços seguros e envolventes afirmando:
"estou contigo"...
Um abraço que me faça lembrar a transfusão das forças com a suavidade do momento, que afaste toda e qualquer angústia, que desperte a lágrima da alegria e acalme o coração...
Só sei que agora me deu vontade deste abraço e só pude pensar em ti e na tua sensibilidade para perceber porque preciso de um abraço assim!!