24 de setembro de 2010

Vidas Paralelas

Quero impunidade que me permita continuar presa a estes desejos de indecisão que me podem afastar de ti.
Em momentos de indecisão, dizem, devemos seguir o coração.
... e Ele? Segue-nos sempre que dele precisamos?
O amor só se perde depois de quebrar toda a saudade que se pode abrir debaixo dos nossos pés na ausência.
Sinto-me aqui, como se uma presença eu tivesse de assumir. Com todos os riscos que isso acarreta para os momentos que tenho e poderia ter.
Não quero mais do que pequenos momentos, sem ter de tomar as grandes decisões da Vida.
Hoje,
Hoje não.
Volto quando conseguir assumir que o amor dura mais que os sentidos.

20 de setembro de 2010

Dia do Coração

Permanece lá fora a madrugada, mas algo me inquieta e impede o meu adormecer.
O meu coração nunca questionou o amor, mas a minha razão está sempre a fazê-lo.

Pergunto-me várias vezes - racionalmente - numa tentativa de duvidar por mim mesma do que me rodeia,
se existe o amor verdadeiro de que tantos falam.

Existem dias que julgo que não,
outros em que gostaria de dizer que sim,
e depois há dias, como o de hoje, em que o coração se enche de fantasia e acredita no amor além da razão.

Sinto-te aqui próximo de mim e é neste momento que sei que unificas e completas o meu pensamento e a minha vida; as almas gémeas não são mais que o completar do que falta em nós.
Tal como a margem quando adoecemos gravemente a meio do rio.
Nunca deixes de me amar nem de lutar por esta dádiva que caiu do céu, tal e qual uma estrela cadente.
A propósito, sabias que o teu coração é a minha casa?
Há dias em que não me apetece regressar a casa, porque estou chateada. Outros, tenho a certeza que é o meu único local de conforto; mas sabes? Em ambas as vezes, sei que tens a porta aberta para mim.
Gostava que todos nós arriscássemos mais por amor, que lançássemos mais setas do cupido e que contemplássemos a verdadeira essência de ser: o amor.



Não passa de um sonho que podemos realmente viver. Sim, Ele existe. Porque cada pedaço de nós mesmos é uma prova de amor.
Cada dia que passa procuro controlar esta parte derrotista que existe na minha razão;
..... porque nos falham tantas vezes os sonhos pelo qual um dia prometemos lutar?
Caímos demasiadas vezes; muitas mais do que aquelas em que nos levantamos . E estamos sempre a permitir quedas em vez de nos agarrarmos a algo que nos faça sonhar e sorrir levemente.

Não sou uma mulher apaixonada, pelo menos, não tanto como gostaria, porque estou a descobrir o amor a cada dia da minha vida,
não posso dizer que o conheço ou que o vivo na sua plenitude.
Contudo e na minha singela opinião, é assim que vale a pena vive-lo: dia após dia, sem o conhecer.

Quero dizer-te que sinto um sorriso no meu olhar,
poderias pensar que surge pelos bons momentos em que envolvemos os nossos corações,
também,
mas sobretudo pelos momentos imperfeitos que nos controem e completam, tal e o qual um puzzle.
São estes últimos, que nos transformam a cada dia em melhores amantes.
Já chorei quando queria sorrir.
Mas talvez hoje sorria, porque um dia chorei! Chorar parece algo que contraria a vida? Não. É algo que nos enuncia como verdadeiras essências.

Acreditem no amor e façam com que todos os dias seja: o dia do coração.



Sugiro ainda, que assistam a este filme. Pode abrir muitos corações bloqueados à razão.

"Letters to Juliet",

traduzido: "Cartas para Julieta":






10 de setembro de 2010

Escrevo

Alguns escrevem pela arte, pela linguagem, pela literatura.
Esses, sim, são os bons.
Eu só escrevo para fazer afagos.
Para obter os pequenos abrigos, para onde posso sempre fugir.
E,
porque eu tinha de encontrar um jeito de amortizar as quedas,
quando o tempo me esvazia os sonhos.
Diminuir o cansaço de sempre.
Endurecer as crises que incendeiam muralhas e apagam os olhares quentes.
Este é o fogo que conforta os meus sentidos,
o que permite resistir às marcas deixadas na alma.
Sabe bem.
Não manter sempre,
o mesmo quadro que me sorri da parede
Posso estreitar distâncias.
Ou possui-las como uma concha que posso abraçar na minha mão.
Há muitas distâncias em mim
Uns escrevem grandes obras.
Eu só escrevo bilhetes para escondê-los, com todo cuidado, no mundo dos sonhos.