16 de fevereiro de 2011

Novo dia (parte I)

Ouvem-se risos intensos do lado de fora, que interrompem o descanso de Joana naquela manhã.
Esta, não perde tempo, levanta-se e corre para a janela, nunca perde a novidade das coisas, abre as cortinas vermelhas e deixa entrar a brisa do sol, quente como só ela. Repara então que no jardim em frente, um grupo de crianças electrizadas já aproveita o calor do dia.
Joana sorri e pensa que não tem muito mais que fazer em casa. A vida espera-a do outro lado das paredes.
Cuida das suas rotinas quotidianas, e sai.
Passa pelo jardim e sorri para as crianças, como agradecimento deste acordar diferente; estas, respondem-lhe com um aceno de mão, como convite para se juntar a elas; Joana agradece com um beijinho que deixa esvoaçar pelo vento, mas explica que hoje não.
Percorre por minutos as ruas da cidade; como ela adora aquela cidade. Sabe-lhe a liberdade, a paixão e a conquista.
Esta cidade sempre esteve a seu lado, de noite ou de dia, na tristeza e na alegria, na guerra e na paz. Tal como um casamento perfeito.
Joana ama aquela cidade, de coração; cidade que a acolheu e, sente que é ali que encontrará o seu caminho.
Passear pela cidade fazia dela a princesa do seu próprio reino, de corpo e de mente, adorava cair a seus pés.
O sol ajudou o seu estado de espírito e, Joana, decidida a esquecer a dor ardente da alma, pega nas armas, tal como uma guerreira e deseja profundamente, que aquele dia seja o novo dia.
Todas as pessoas passam, com indiferença e, Joana não se assume uma perdedora, sabe que um dia, alguém iluminará o seu dia.
Tudo corria normalmente nessa manhã, até ao momento em que Joana sente um aperto no coração , que exige que ela encoste o seu corpo naquele banco de jardim, mesmo ali ao lado. Permanece quieta por uns minutos.
Fecha os olhos e, esconde a dor que está a sentir. Como sempre, e sonhadora como é, deixa-se invadir pelos desejos que têm para si.
Abre os olhos sobressaltada e, castiga-se mentalmente por ser sempre a mesma idiota. Que vive no mundo da fantasia.
- "Um dia vou fechar esta porta! Dos sonhos, que me iludem os passos! Só para ver se me desfaço ao sabor da solidão!".
Após esta frase que soletra, sem se aperceber, em voz alta, continua o seu caminho.

Explorar o mundo

O amanhecer deixou entrar um mundo inteiro, cheios de sonhos e lugares perdidos que posso explorar.
Não sei se o luar me fará procurar por ti, mas não vou esperar, vou arriscar.
Partir, enquanto dormes e voltar enquanto não raiar o dia.
Não vou demorar.


Vou somente explorar o mundo, o meu mundo. Despertar para a vida.
Posso usar atalhos, mas voltarei sempre atrás, para percorrer (todo) o caminho completo.
Sem receio de encontrar palavras fracas e sem verdade. Obstáculos, incertezas ou desmaios.
Há sempre no escuro, um brilho.
Tenho até a salutar ideia que foi assim que me cruzei contigo - ao acaso.
Transformei isto num filme e numa história.
Realizável ou não.
Um dia saberei. Vou descortinar tudo em pedaços que posso guardar.
E vou.. vou até conseguir descobrir quem sou, contigo.


Estou cansada. Mas há sempre um sorriso que nos salva daquilo que a vida nos fez. Abrigo que não deixa morrer quem nós somos e o que temos para dar...por isso que sigo o teu brilho.. e exploro tudo que poderei ser. Um dia. Contigo ou sozinha.


Vamos explorar - lado a lado.