20 de maio de 2010

Um velho sentado no jardim...





Muito mais que uma música:


Este poema (prefiro chamar-lhe assim) tem a capacidade de me propor à auto-reflexão,
acerca das minhas atitudes, comportamentos, "queixumes", sorrisos, verdades.. e tudo aquilo que me possa apontar como eu mesma.
Paramos muitas vezes para pensar na nossa vida: na "nossa falta de sorte"... nas coisas fantásticas que nos acontece..em nós!
Mas,
Pensamos na Solidão e naqueles que apenas possuem as suas recordações de tempos que hoje não são suficientes para os fazer sorrir?
A imagem da solidão.. está muitas vezes naqueles bancos de jardim, que não vemos, quando estamos atrasados (ou julgamos estar) para a nossa vida.
Saberemos dar valor a todos os caminhos? Mesmo aqueles que parecem já ter terminado?
Aquele olhar triste e cansado.. que não valorizamos.
Olhar este,
...em que não somos capazes de ver reflectida a experiência que nunca teremos a oportunidade de possuir.

Amanhã, vou sentar-me num banco do Jardim. Vou experimentar aquilo que poderia ser, como Tu. Velho perdido na solidão.

Vou segurar na tua mão e sentir a vibração da tua História. Não procures mais, estarei ali, para te escutar.
Não, não vou ouvir. Porque quem ouve, não reflecte. Vou escutar.. sentir as tuas palavras e pedir,

.. pedir que um dia, me possa sentar nesse mesmo banco do Jardim,
e saber.. saber que o meu sorriso ou mesmo até aquela lágrima terão um significado melhor.

Poderoso e sensível. Saberei que Um dia, fui mais que um olhar de desdém que te deixou passar por mim.

Um velho sentado num jardim...

Mais que o Ontem!

A vida fascina-me;
faz-me acreditar no hoje, no amanhã e, até no dia que nunca há-de chegar.



A vida...
oferece-me um sorriso quando a saudade aperta,
mais que isso, traz até mim a lucidez necessária que preciso nestes momentos de metamorfose.




Sou um pássaro livre que voa sem fim.. toco as almas que quero e até aquelas que quero manter distantes.

Como o pássaro que sou, um dia,
tive de partir e não pude sorrir,
quebrei as minhas asas.. e o meu espírito; Não costumava ser assim.



Não digas mais o meu nome, já não podes voltar a tocar-me; Não tenhas vontade de me voltar a abraçar. Apenas, toca a tua guitarra junto às ondas da praia e recorda-te daquilo que um dia, consegui ser para ti.
Relembra ainda as mentiras em que nos envolves-te.
Ouve na brisa que vem do mar, o choro que sempre me acompanhou no adormecer.. enquanto o teu abraço se mantinha frio.

Ontem senti saudades..
as lágrimas preparadas para começar a cair.. o coração a quebrar... e Eu disse: Não!
Então caiu apenas aquela gota que não coube no olhar, mas em breve, voltei à minha capacidade de controlar o que hoje já não é.



Hoje sou mais que o Ontem.
Já te disse "Adeus"?

Digo hoje. Ouve-o quando estiveres preparado. Julgo até que já o fingiste ouvir à tempos atrás.