9 de outubro de 2010

Sonhadora


Sou uma entre tantas sonhadoras,
nada mais do que uma idealista, ou até uma lunática que levantou o seu próprio universo de fantasias, ficção e sonhos!
Tudo é capaz de se desfazer num lugar que ancora as desilusões da realidade; Realidade essa que me cansa, me atormenta e me faz querer naufragar.
Quantas vezes desistimos por falta de força para encarar a realidade?
Mesmo que a vida mude os nossos sentidos, o mundo continua a levar-nos para longe de nós!
Nada mais resta do que tempo perdido. As pessoas magoam e, consequentemente deixamos de ter espaço no coração para as sucessivas e repetidas oportunidades que estas necessitam.
Mas não são apenas os outros que nos esvaziam em pedaços de nada. Nós mesmos somos a desilusão.
Um rumo, aquele rumo, para onde não queremos caminhar.
O resto que fica e que nada reflecte.
Somos a estrada sem fim que nos enlouquece a cada passo.
Até ao dia em que decidimos afastarmos-nos.
De nós mesmos,
Dos outros,
Da realidade,
E até da imaginária fantasia.

A história repete-se pelo tempo; Estende-se pelos nossos sonhos e tenta permanecer na realidade.
E mantêm-se esta indiferença de sentimentos.
É preciso crescer, envelhecer, viver...para um dia entendermos que não somos imortais e intocáveis.
Sou um pedaço de sonho, uma personagem numa história, com papel secundário.
Porque vivo devagarinho com medo de falhar.
Vou descobrindo como procurar por entre os meus sonhos - os pedaços da realidade.
Tantas vezes que fui ao fundo, sem saber explicar como consegui voltar.
Finjo. Sinto. Ou apenas me deixo ir.
É esta a "forma" que agarro nas minhas mãos para não perder a pouca vida que resta aos meus ideais e sonhos!
Não há um lugar para mim
...e sei que estarei a vida inteira a procurar a liberdade entre o sonho e a verdade.
Há muitos vazios em mim, mas a nenhum posso brindar, porque em nenhum sinto a recuperação; nenhum pode completar-me.



5 de outubro de 2010

Só se pode dar... quem arrisca Sentir!

O mesmo quadro bloqueia os meus lugares. Lugares possivelmente novos e como uma brisa de ar fresco, como quem quer entender o amor.
As armaduras essas, custam a arrancar! Muralhas que sufocam o peito.. não permitem sair nem chegar.


Resta-me este olhar perdido à procura do futuro no avesso do passado!


Resta-me o reflexo da lua que mantêm o sorriso de que me orgulho sentir a teu lado,
até ao tempo em que o momento me esvazia...
Obrigado pela guarida junto a tanta tempestade, e pelo lado quente da tua saudade.
Não podemos simplesmente resguardar-nos (da dor) e jogar fora a chave dos nossos desejos.
És, essencialmente, tudo aquilo que me dás...
Abraça-me bem, mesmo que num leve pensamento das nossas vidas breves.
Sabes o quanto me permitiste ser uma estrela cintilante?
Afastas-te aquele peso que me esmaga o coração, abriste uma nova janela, de onde ouço "Quem és?";
- estendo a minha mão até sentir que não sei nada do que sou, do que somos nós e do que mudou.
Abraça-me no infinito da tua vontade imaculada com a luz da lua.
Procura cá dentro onde me escondi; tenho medo, confesso, medo de dar tudo aquilo que um dia consegui salvar.

Só se pode dar quem arriscar sentir.. tantas vezes as tuas palavras me embeberam deste sentido de vida.


Palavras não quebram desilusões de dor.. pelo menos, aqui na minha realidade.
A vida é feita de sentir, mas deste lado, é tudo tão maior. Tão mais intenso - o bom e o mau - cansei a alma das (sempre) palavras rasgadas pelo vento.
Sinto sempre mais do que aquilo que consigo dizer.. e a vida nada traz em troca, para refazer a cinza que sobrou.
Sei que podemos ser muito mais.. se nos olhamos tão profundamente na vida que é.. por onde ambos encontramos lugares agora menos ausentes.

Há coisas que sinto tal e qual uma tatuagem,
e cada gesto de a reconstruir parece-me perdido. Que guerra que lança gritos da alma.
Sonho, pinto cores misturadas com vento e lama.. e olhares perdidos no chão.
Fica o não voltes, porque um dia.. não soubeste lutar para ficar.

Palavras não tão sóbrias quanto necessário, mas as noites sem rumo precisam de abrigos para o sentir!

Ficas aqui no meu riacho iluminado pelas estrelas. Mesmo que optes por mudar de margem. Estarás sempre no alcance do olhar do meu coração.