O dia deu em chuvoso.
A manhã, contudo, esteve
bastante azul.
O dia deu em chuvoso.
Desde manhã eu estava um pouco
triste.
Antecipação! Tristeza? Coisa nenhuma?
Não sei: já ao acordar
estava triste.
O dia deu em chuvoso.
Bem sei, a penumbra da chuva é
elegante.
Bem sei: o sol oprime, por ser tão ordinário, um elegante.
Bem
sei: ser susceptível às mudanças de luz não é elegante.
Mas quem disse ao
sol ou aos outros que eu quero ser elegante?
Dêem-me o céu azul e o sol
visível.
Névoa, chuvas, escuros — isso tenho eu em mim.
Hoje quero
só sossego.
Até amaria o lar, desde que o não tivesse.
Chego a ter sono
de vontade de ter sossego.
Não exageremos!
Tenho efetivamente sono, sem
explicação.
O dia deu em chuvoso.
Carinhos? Afetos? São memórias...
É preciso ser-se criança para os ter...
Minha madrugada perdida, meu céu
azul verdadeiro!
O dia deu em chuvoso.
Boca bonita da filha do
caseiro,
Polpa de fruta de um coração por comer...
Quando foi isso? Não
sei...
No azul da manhã...
O dia deu em chuvoso.Álvaro de Campos
31 de janeiro de 2012
Trapo
17 de janeiro de 2012
"Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. Se estiver tudo certo, continue. Se sentir saudades, mate-a. Se perder um amor, não se perca! Se o achar, segure-o!"
Fernando Pessoa
Fernando Pessoa
16 de janeiro de 2012
"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Carlos Drummond de Andrade
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente."
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente."
Carlos Drummond de Andrade
Palavras
Podíamos admitir que por vezes, na nossa vida as palavras são apenas sons que utilizamos para distrair os outros, para proteger as nossas verdades, para que a nossa essência se torne impenetrável. As palavras são distracções que usamos para vincar o limite, onde só algumas presenças são permitidas, são distracções que nos permitem controlar o acesso dos outros ao que nos pertence emocionalmente.
Nunca ninguém pode falar de outrem com verdade no que diz.
Nem nós mesmos...
Pela metade de nós...
"Pode crescer até metade, mas não crescerá tudo o que pretende. Num dado momento, a sua vida começa a declinar, você chegou até metade mas não chegou até ao fim, está meio contente e meio triste, não é nem um homem frustrado, nem um homem realizado. Não é frio nem quente, é morno e, como diz um evangelista num qualquer livro sagrado, coisas mornas não afectam o paladar."
Paulo Coelho
Paulo Coelho
12 de janeiro de 2012
Apenas, e só, a vida.
Não entendo qual o propósito de certos e determinados acontecimentos na nossa vida; não consigo encaixar na minha compreensão, tantos e tantos momentos de dificuldade, tristeza e desistência.
Nossa.
Das pessoas.
Do Mundo.
Sinto-me cansada, e nem tão pouco sei, se quero continuar. A cinza que sobrou de mim, continua espalhada no chão da alma.
Nada é capaz de erguer aquilo que talvez já tenha sido.São lugares tão ausentes. E estou parada neste impasse.
Sinto-me só.
Estou exausta de tantas batalhas e tristezas. De tudo aquilo que só faz florescer sorrisos, porque me obrigo a ser mais forte {do que aquilo que sou capaz}.
Este peso, esmaga-me o coração. Fortalece a dor.
De quem sou? Como vou enfrentar o mundo? Como se procura aquilo que não sabemos se existe?
Não sabemos nada sobre nós. Apenas sabemos que algo muda, quando a tristeza se apodera dos poucos sonhos que nos acalmam a alma.
Nossa.
Das pessoas.
Do Mundo.
Sinto-me cansada, e nem tão pouco sei, se quero continuar. A cinza que sobrou de mim, continua espalhada no chão da alma.
Nada é capaz de erguer aquilo que talvez já tenha sido.São lugares tão ausentes. E estou parada neste impasse.
Sinto-me só.
Estou exausta de tantas batalhas e tristezas. De tudo aquilo que só faz florescer sorrisos, porque me obrigo a ser mais forte {do que aquilo que sou capaz}.
Este peso, esmaga-me o coração. Fortalece a dor.
De quem sou? Como vou enfrentar o mundo? Como se procura aquilo que não sabemos se existe?
Não sabemos nada sobre nós. Apenas sabemos que algo muda, quando a tristeza se apodera dos poucos sonhos que nos acalmam a alma.
10 de janeiro de 2012
Subscrever:
Mensagens (Atom)