19 de fevereiro de 2011

Voz no silêncio

Se a verdade estivesse no fundo do mar, não me importava de esperar sentada na areia; até ao dia em que os murmúrios da água trariam até mim, a sorte.
Se a vida tivesse algum significado, atrevo-me a dizer que este vem com as ondas do mar - salgadas e frias.
Mantenho as minhas pegadas na areia húmida marcada pela proximidade do mar - falta-me o ar e não encontro as palavras certas para entender esse teu lado perverso - oh vida!
Quis fugir, após ter encontrado sentido a uma prece que sempre quis cumprir; Fugi para não ter de encarar a falta de certezas e os "mas" da vida.
Fugi porque queria que a saudade fosse embora; fugi porque não quero voltar a chorar mais por dentro, do que por fora.
Não ganho nada, é certo. Mas perder também não faz parte destes planos a curto prazo.
É sempre assim? Quando acreditamos em algo na nossa vida?
Caímos sempre no desespero de não alcançar o que desejamos?
A música está alta, e o tempo está a meu favor!
Deixo que a tristeza passe no meu rosto, mas não permito que permaneça.
Não quis construir grandes sonhos, em cima de bases falíveis do conhecimento mútuo. Fui cuidadosa, aliás, fui cautelosa - mas o facto é este: não adianta o quanto queremos controlar a vida e os sentimentos - somos pedaços de nada comparados à força do que existe para nós.
Destino? Sei lá bem... Nunca fui capaz de acreditar no destino; que aberração acreditar-se em planos que o universo tem para nós.
Mas como sempre, acabamos sempre por aprender... e pergunto, que queres para mim, Universo?
Filtro toda a luz que existe na escuridão dos movimentos do coração.
Concluo que avançar é erróneo.
Fico aqui, com a minha voz no silêncio,
que posso quebrar com a tua vontade.

1 comentário:

S* disse...

Hum... um impasse... é deixar amadurecer a ideia.