5 de abril de 2010

"Regresso ao TEU colo"


Sinto saudades, tantas saudades do meu sorriso de criança.
Da simplicidade com que via as coisas e, das histórias fantásticas que construía em redor de tudo o que me cativava.
Sonhava ser escritora de histórias para crianças (curioso, até porque eu ainda era uma criança e precisava que alguém me contasse essas histórias).

Os raios de sol e aquele perfume a natureza, ou a terra molhada da chuva... aquela sensação de Vida, que só conhecemos verdadeiramente quando somos crianças.
Como me sossegava segurar na tua mão forte e fingir que jamais me abandonarias.

Nunca fui uma criança de muitos afectos, mas Os que vivia eram repletos de intensidade, entrega e sinceridade.
Ainda hoje sou assim!

Não há nada mais verdadeiro que o amor e a verdade no olhar e no sorriso de uma criança.
Sinto isso, cada vez que reflicto a minha vida no olhar de uma criança que cruze o meu caminho...
... quando me sorriem, sinto-me Eu novamente! E sou até capaz de esquecer as amarguras que me avassalam em outros momentos.

Quando a criança era eu,
posso afirmar que amei. Porque não sabia que se poderiam esconder factos tão crueis e escuros e mesmo assim, sorrir-se.

Só sabia que era feliz em cada momento, em cada gesto e em cada palavra.
Devia sim ter aproveitado mais o Teu colo enquanto o sentia Meu!
Hoje é tarde, aquela criança cresceu...
Já não sou capaz de ver um sorriso sem maldade.. ou um olhar, sem que este tenha algo a esconder-me!

Já não sou capaz de sentir a inocência dos sentimentos nem das coisas, nem de me dar com a mesma intensidade que um dia me caracterizou.

Um dia, quando também eu tiver a minha criança, farei de tudo para que ela viva intensamente o amor que tenho para ela!



Porque mesmo que mais tarde as tempestades assolem o Porto seguro, este foi o Unico Porto de abrigo que um dia tivemos de forma incondicional.

Fui uma criança feliz.
Muitas crianças pelo nosso mundo não podem sequer orgulhar-se do mesmo.

Não importa que me tenham deixado partir, o que realmente importa, é que um dia fiz parte de um amor assim. O único incondicional e que não nos substitui por outro/a pessoa.



Recordo com saudade (sempre que o meu coração me permite abrir esta parte fechada em mim), a minha infância na aldeia... antes de passar a ser a menina "crescida" da cidade.
E nessas alturas regresso sempre ao Teu Colo,
que sei que jamais voltarei a ter.







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