Joana, continua o seu caminho, irritada consigo mesma, por se deixar absorver por sonhos que nunca conseguiu realizar, além da própria imaginação.
Decide portanto, voltar para casa. Quer descansar no seu porto de abrigo, mas não consegue evitar dizer para si mesma:
" O que queria mesmo, era encher a minha mão com areia da praia e vê-la cair lentamente sobre a água do mar. Tal e qual, cinzas da minha alma.".
Presa neste pensamento, inverte o seu caminho e encosta subtilmente o ombro a alguém que por ali passa, naquele exacto momento.
Diz: - "Desculpe.", ao mesmo tempo que continua caminho com os olhos postos no chão.
Dá dois passos e pára. Fica imóvel por segundos e não reconhece como válida aquela acção que o seu corpo tomou.
" Lindo, agora paras aqui no meio da rua, a fazer de mim uma idiota. Só a mim!Vamos para casa".
O corpo não obedece ao seu pensamento e, o coração acompanha-o, quando começa a acelerar estranhamente.
Joana sente então uma mão sobre o seu ombro, e alguém bem perto do seu pescoço:
"- Estás bem? Desculpa se te magoei.".
Decidida a pôr fim aquela situação, Joana roda o seu corpo no sentido do relógio e fica frente a frente com o desconhecido...
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