10 de fevereiro de 2011

Em tempos...

Em tempos, senti coisas diferentes.
Fui uma pessoa diferente.
Permiti que este amor fosse diferente.
Em tempos.. acreditei em ti, em nós, no amor.
Será errado dizer que tenho saudades dos tempos em que conseguia perdoar todos os teus erros
-fatais
- egoístas
- imaturos
- (...) e,
mesmo assim, no final da noite, após cada dia, ali estava o meu coração, encharcado de amor e vontade de te abraçar como se nada me tivesse ferido.
Como se o amor que sentia superasse tudo no mesmo momento. Tudo se desfazia com um gesto de amor.
Em tempos amei tanto, e errei, porque amei por ambos.
Sustentei este amor.. apenas com o meu sentimento.
Não me apercebi que esses dias, foram os mais longos da minha vida e,
quando sentia o teu corpo junto do meu,
quando ouvia a tua voz,
quando te sentia como meu,
sentia aconchego e não queria sair daquele sonho.
Agora, esses tempos são meras passagens na memória. Quero ir para um lugar que nunca ninguém viu. Um lugar que ninguém sabe onde fica. Um lugar só meu.
E vou deixar aqui o meu coração. Posso muito bem viver sem ele.
Hoje, será tarde para recuperar o ar. Não desejo o teu beijo. Nem tão pouco ao teu lado voar.
Quero a calma, mas sem que a vida pare.
Naqueles momentos passados, em que me embebia com o sentimento que me unia a ti, sabia que não era imaginação minha, tinha aquela vontade incontrolável e sonhadora em estar contigo. A teu lado, sentia uma melodia tão bela.. que entoava aos meus ouvidos como o sopro do vento.
Hoje,
será que tenho o direito de dizer, que eu, aquela que está completamente a desistir de tudo,
tem saudades das risadas inconstantemente saudáveis e irrequietas;
tem saudades da inocência com que te amava;
saudades de te perdoar sem ressentimentos...
Em tempos, pude ser feliz, porque me deixava absorver no sentimento que nutria por ti.
Sinto uma revolta tão grande, porque me sinto uma adulta que foi obrigada a abandonar a inocência dos primeiros anos.
Não entendo o rumo que a vida me fez tomar; quero guardar o que é bom de guardar, mas penso não ser capaz de apagar toda a mágoa que guardo dos erros que cometeste contra o meu coração.
Em tempos, pude escolher ficar. Hoje não posso ficar. Posso escolher partir.
O tempo magoa-me e sinto-me arrancada da minha felicidade. Humilhada aos meus próprios pés por me deixar levar por esta alma que se contenta com tão pouco, e neste tão pouco, o que tens para me dar é simplesmente o nada.
Quero apenas aquilo que virá. Mesmo que nada venha, não quero manter aquilo que tenho.
Diz-me que quando conseguires voltar a pensar em mim, vais entender que o mundo me leva para longe de ti, e que tudo se desfez em gestos que não foram reparáveis.
Tenho Saudades do amor que sentia pelo teu coração.

Hoje, sei que me sacrifiquei demais. O que me falta? Será o tempo, para perceber que a vida é rara?
Quando conseguirei desfazer laços que criei nos meus sonhos e que jamais vi espelhados na realidade?
Este é o tiro certeiro. Quero dizer-te adeus.

2 comentários:

Anónimo disse...

Lindo!
Apenas o tempo pode curar feridas!

Bárbara Pereira disse...

Obrigado Katia.