30 de julho de 2010

A Sorte (a) nula

Somos nós que geramos e criamos os nossos sonhos.
Também depende de cada um, a realização suprema dos mesmos.
Não tenho fé na sorte; acredito mais na coragem e na construção dos limites e das fortalezas em cada um de nós... guio-me pelas conquistas possíveis e impossíveis.
Sorte é uma estrada sem saída, que nos mantêm iludidos e bloqueia novas opções e realidades.
Por vezes preferimos acreditar nesses caminhos, que supostamente nos protegem de tudo aquilo que desconhecemos.
Mas é diferente, acreditar na Vida e acreditar na Sorte.
Puramente sucesso através da sorte! Tantos que adquirem poder desta forma irreal e ilusória.
Mas esse sucesso manter-se-á, até ao dia em que seja fulcral aplicar a sabedoria, a coragem, a inteligência... caracteristicas cruciais, até então não mencionadas neste rol de acontecimentos, chamados Vida!
Não me importo, perder tempo com tentativas erradas. Não faz mal chorar em vez de rir.
Porque sei, que atingi, que consegui... e isso pertence-me!
A sorte a (nula) quem somos e o que conquistamos
.

22 de julho de 2010

Só sei que...



"Estou a descobrir outra vez o amor.
E isso leva tempo."
(Contigo)

Paulo Coelho

19 de julho de 2010

Ligação (in) finita

"Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou...
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.
E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou

O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!
Sinto os passos de Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!
E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!"

Florbela Espanca




Não queria que estas minhas lágrimas continuassem a fazer lembrar o teu sorriso. Mas, que insensatez esta,que ainda te sente do outro lado de mim, aquele que permanece na tola esperança. Que cintila de paz e recordações que me fazem sentir só.

Ainda balança em mim a ternura do teu abraço, o toque das tuas mãos nas noites mal dormidas. Os espaços que partilhamos enquanto escurecia e o brilho do mundo a entrar em nós.

Balança a minha vida sem ti. Não sei ser sem a parte de ti que me completou na luz de voar. Agarras a minha mão e prendes-me, mas sabes que não me estás a salvar... rasgaste tudo o que sentimos com o vento ardente a soprar o coração. Fui descobrindo devagar e aprendendo a procurar por entre os sonhos que permanecem no ínfimo que não entendo.

Mas tantas tantas vezes (como esta) o vento não me sabe a liberdade. Fujo ao vazio, enquanto brindo à vida,

mas sabes? Trago-te comigo e sinto a tua fala, o teu olhar, o teu corpo imperfeito na minha recordação.

Assusta-me descobrir este final e voltar a aceita-lo todo o resto dos meus dias. Ainda és um mundo dentro das minhas mãos fechadas... Falha-me tudo o resto, nada se volta a colar.

Será perigoso dizer que ainda sei de cor cada pedaço teu e, que estás atado a mim, a cada lugar meu. Lugar que agora deveria ser: apenas meu.

Não pensas em mim,

eu penso em ti e protego aquilo que te dou. Não tenho defesas que me ajudem a não falhar... ainda tenho medo de naufragar em falsos alentos e paixão. Tudo o que já foi e até o que eu sonhei... não sei apenas guardar. Quero viver sem recordar... Dar ao tempo um espaço perdido, e que nada se desfaça num gesto maligno ancorado a cada gesto teu.

O mundo não muda os meus sentidos, mas tudo me parece perdido em castelos de fantasia que guardei para proteger o que fui a teu lado. Hoje é apenas isto, que me faz acreditar... que não tenho onde chegar. Porque tenho medo,

medo de naufragar nas ondas ilusórias da paixão. Não a tua, porque essa já evaporou do meu ser. Mas aquela, ou a outra... ou nenhuma. Apenas medo. Sem saber nadar por entre estes medo.

Coração acelera (tens de acelerar a cura em ti).

Eu fingo ter paciência.

Mas o mundo não pára.



13 de julho de 2010

Amor (Tudo é amor)


Tudo é amor.

Até o ódio, o qual julgas ser a antítese do amor,

nada mais é senão o próprio amor

que adoeceu gravemente.


[Francisco Cândido Xavier]

12 de julho de 2010

A estranha (em mim)

Nesta madrugada, que se fantasia de raios quentes como fortes laços serenos de frio, tive um sonho,

sonho este sobre um rapaz (...) que julgava eu, já ter partido de mim.
Tu (meu amor) eras um sonho; agora: um sonho destruído. Por mim? Não! Eu lutei (mas não, não superei).
Por ti? Talvez (dói menos pensar assim?).
Prefiro (na ignorância dos sentimentos que me invadem constantemente a alma pura e sacrificada), que, meu amor, tenha sido a vida a destruir (nos). Ela escolheu por nós. Desafiou. Criou e não recuperou.
Esse sonho de que eras feito e que para mim, tristemente se desfez no ar e nunca mais a vista alcançou.
O tempo esvazia qualquer coração. Até o meu, sempre tão cheio de amor, por ti.


Mas a alma precisa de um sonho para sonhar. Um mundo para abraçar. Um coração que a dor consiga suportar.
E tu não estás ao alcance dela, da minha alma, perdida, incontrolável e até fechada.


Se ao menos tivesses sonhado....
Hoje escrevo sobre a ausência.
Que desperta a estranha que sou.
Não uma qualquer, mas aquela: a ausência de pensamentos, de actos e de partilha. A ausência de sentir e de pensar. Ausência de palavras, de gestos, de gritos, de esperança.
E a perda de tempo em que se torna a vida.
Ausência de alguém, de um sorriso, de um olhar, a ausência de tentar.
A ausência de atitude!
Hoje escrevo sobre a ausência, a ausência de amar.
Ainda estremeço ao ouvir falar de ti. A fonia das letras do teu nome, soam num uníssono tão perfeito. Desesperado, mas perfeito, porque me recordam o quanto foste em mim.
Ainda me comove o jeito como as minhas recordações me inundam o olhar de gotas de orvalho.
A voz, o espírito, ainda estão entranhados em mim.
Entre a linha do absurdo e do real, eu me encontro (ou nem sei se aí estarei).


Pensamentos vagos, ideias esquisitas pairam e re-pairam sobre mim. Mas afinal em que penso eu? Em ti? Não! Naquele? Também não! Na outra? Não me parece. Parece apenas que estou perdida no meio de desilusões, amores vagos e sem sentido. Uma perda de tempo sem sentido, mas que não me consigo livrar.
Preciso de me livrar de mim própria e alcançar-me.



Perguntas no final deste sonho: Precisas de alguma coisa?
Respondo-te com o meu pobre coração a querer soltar-se: Paz.
(Espera, não sei se ainda estava no sonho.. provavelmente, já terá sido real).


6 de julho de 2010

Espelho da alma

Tristeza... a que me quebra, acompanha....
Solidão... a que em mim se espalha e,

me dilacera o coração...
Lágrimas... as que caem pelas minhas mágoas.

Rosto quente em si gelado de
vontades... As que já foram verdades...

Um sonho (sonho?) que vivi, senti, amei, sorri... (passado)
(e tanto mais que não descrevi)

Um pesadelo que não pedi (pesadelo, ermo, quente e terreno.. naquela que fui) ...
Sensações que me proibi de experimentar...
Essas que me dedicavas, quando dizias amar...

Que aqui coabitam na dor e no amor que sucumbi por ti.
Sempre preferi sentir que no fundo de mim,

encontra-se o sinónimo de amor,
que será Dor?
Senti algo. Seria vida, amor... ?
Hoje... prefiro a dormência dos sentidos,
Dormência. Sono. Equivalência.
Perdida na proeminência do que não restou de ti.
Pesadelo (e outro pesadelo) que criaste na ausência dos meus gritos...
gritos que tantas vezes presenteaste...tanto,
quanto ignoraste na audição selectiva com que me amaste!
Nem sei quando cheguei ao meu fim..
Tudo o tempo mudou... acima de tudo,

o tempo já não é. Foi.
Um espelho que não se partiu...
uma história que não se reproduziu,
(mentiu),
mas que aprisionou as almas que alguma vez,
alguém amou.
Preferia o estilhaço, o quebrado, o que não se recupera,
pois, que me tivesses arrancado um pedaço,
para justificar este sentir da dor que se criou...

e ficou e,
ficou!
De um amor que eu vivi,

amor pelo qual eu cresci, dei e formatei ...
Amor, que foi mais que palavras banais em tempos .
Espelho da alma que guardei,
não de ti,
mas por mim e apenas de mim.

4 de julho de 2010

O que há em mim é sobretudo cansaço ...


O que há em mim é sobretudo cansaço

Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...


Álvaro de Campos

3 de julho de 2010

Amor (im) perfeito





Às vezes (e tantas são essas vezes) , procuro-te entre os amores-perfeitos.
Os do meu jardim. Aqueles que rompem madrugadas tristes com a beleza dos raios de sol.
Daqueles que se regam.
Se adubam.
Aqueles que nos prendem os sentidos e posicionam o nosso coração num lugar salutar.
Amores, ai estes amores que nem os ventos frios os conseguem agredir.
Porque o amor…aquele perfeito, mesmo mesmo perfeito, rega-se, aduba-se e não sucumbe a ventos nem tempestades.
Será?
O amor perfeito acrescenta à nossa vida, os gestos melosos e palavras doces.
Adquire pedaços de sol e pepitas da lua.
O nosso, sempre tão imperfeito (demasiado imperfeito).
Sempre fomos as fases da lua.
Um dia cheia, outro dia minguante...
Amor, cheio de novelos de lã, com pontas de bons dias e até amanhãs.
Sorrisos do nada e sorrisos por Tudo. Passeios de mão dada só porque sim.. e passeios pelas estradas da vida, só porque éramos nós: um do outro.
O amor será perfeito na imperfeição de nós dois.
(Ou seria se assim tivesse sido).
E a tua mão, empurra a minha, afasta a semente que germinou o amor. Empurra-me para um precipício fundamentalmente emocional.
Em cada amanhecer nosso, esperei que me salvasses.
E este amor (im)perfeito florescerá na vida, quando me recuperares.
E teremos um amor com vista para o rio da vida.
Os amores-perfeitos, esses, talvez nasçam no próximo Inverno. Talvez.
Porque não há amores perfeitos.

Sabes que tenho todo o tempo do mundo para ti...mas hoje reservo-te só este bocadinho.
Hoje e sempre, só terás um bocadinho.

Agora, tenho de ir... a minha viagem continua, e não posso perder mais tempo.

1 de julho de 2010

Substituir?




"I've been roaming around

Always looking down at all I see

Painted faces, build the places I can't reach

You know that I could use somebody..."

receitas para esquecer um grande amor? Não!

Muito menos a típica (e cruel) substituição...

(Não estamos no futebol )