29 de abril de 2011

Solidão dos dias



Sento-me neste jardim que embeleza parte desta cidade e procuro abstrair-me de tudo o que me rodeia.
Prefiro fingir que nada existe do que assumir esta ruptura entre a minha vida e a motivação.
Podemos esperar muito da vida, dos outros e de nós mesmos. Ou pouco.
Podemos imaginar todo um futuro de dias na nossa vida. E fazer planos.


Embelezá-los, dar o melhor de nós e da nossa imaginação, para que tudo se concretize como desejámos. Podemos interrogar-nos acerca de mil coisas e não obter resposta nenhuma. Ou nem as querer obter.


Ou ainda, várias respostas e nenhuma ser a certa. E nenhuma ser uma certeza.
Porque ainda estamos no Presente... E porque nos esquecemos muitas vezes que não somos donos do tempo nem dos momentos. (Deveríamos?).
Passamos os nossos dias rodeados de pessoas. Muitas pessoas. Várias pessoas.
A grande maioria dos nossos dias (e noites).
Podemos estar rodeados por todas essas pessoas e ainda assim permanece a estranha solidão.
Podemos, é um facto, estar rodeados de pessoas menos próximas, com quem nos cruzamos nos nossos dias mas de quem não exigimos mais do que um sorriso hoje e uma palavra amanhã.
Podemos estar rodeados de pessoas mais próximas, que realmente sabem o que dizer e quando dizer, como agir, como falar e como ouvir, sem termos de lhes explicar como...
No fundo, podemos estar rodeados até pelas pessoas que nos fazem mais felizes, que, invariavelmente, há um momento ou outro do nosso dia em que nos sentimos tremendamente sós...


E é como se uma barreira invisível nos separasse do Mundo.
...Porque tudo se resume a uma coisa tão simples como podermos compreender os outros, saber como se sentem, mas não podermos efectivamente viver por eles nem eles por nós.
Podemos realmente sentir todas as partes em que um coração foi despedaçado, mas não podemos tê-lo como nosso.



Podemos estar aqui, ter o Mundo aqui, as pessoas aqui.. e sentir: a solidão inadiável e inerente a qualquer Vida!

13 de abril de 2011

Novo Presente

Hei? Estás aí?
Vamos conversar um pouco.

Senta-te aqui, na areia e à beira-mar.

Tu Comigo. E Eu Contigo!

Lembras-te quando me magoaste pela primeira vez? Ignorei e fingi que não havia motivos para recuar, porque só queria o teu amor e mais nada. Nesse dia, não soube dizer mais do que : "Sabes que te amo demais!."

Desde esse dia até hoje, vão anos; largos anos. E o que sei dizer agora é: "Ainda te amo demais!".

Todos os dias te procuro dentro do meu coração e sinto-te marcado em mim, através dos teus beijos, a tua pele, o teu calor.. os sonhos que construimos, as palavras de ternura..

ah.. que saudades da nossa paixão!

Fecho os olhos, e desejo tanto que nada leve este amor.

Sabes que ainda estás em mim, em cada pedacinho das minhas lembranças.. e na minha esperança.

Mas também sabes que me rendi ao futuro e por isso, decidi esquecer o passado.

O futuro será sem ti.

Ouve-se o mar e esta brisa encharca os nossos pesadelos - com raios de sol - estes, transparecem a esperança de amanhã.

Estamos em silêncio; sabemos que ainda há amor. Muito amor.

Mas.. nenhum de nós o consegue recuperar.

Agora, talvez te possas perder por aí, como tens feito...

...e devorar o que a saudade te der.

A vida leva para longe, os pedaços de tempo que deixaram um sabor amargo.

A água do mar inunda os teus olhos - reflectem a minha alma - que não podes tocar.

Estou cansada.

Perdida.

Vou devagarinho com medo de falhar.. e talvez encontre os sonhos meus.

9 de abril de 2011

Aprende-se a calar a dor...

Sempre fui bastante imbecil, no que concerne aos sentimentos.
Aprendi desde cedo, a calar a dor. Fingir que nada sentia, que não tinha medo e que não temia a solidão e/ou abandono.

Continha os gestos, o protesto, a raiva, a tristeza e injustiças...

mas há um dia, em que a alma nos rebenta nas mãos. Hoje é o dia.

Após tantas batalhas vencidas, eis que hoje, me acobardo frente à imbecilidade que construi.

Tomo a decisão de dar "o tal passo" em frente, uso esta dor como motivação, para me manter neste trajecto.

Pois, o coração, leva-me sempre a continuar nestes sonhos.


Costumo ouvir pessoas dizer :

"Só me arrependo daquilo que não fiz".


Errado. Imbecis.


Eu arrependo-me muito, de grande parte daquilo que fiz. Da forma como me limitei na vida. Na maneira como hipotequei a minha alma. O meu Ser. A minha realidade.

Aprende-se a calar a dor.. porque tudo o que nos sobra é a esperança. E conseguimos viver apenas com esperança, sabiam disso?

Nada mais é preciso, desde que a pessoa acredite naquilo em que deseja acreditar.

Pois, todos os nossos caminhos parecem seguir esse desejo.

Gente perdida. Imbecil, Perdida entre o sonho e a verdade.

Sinto tanto, que este seja o único passo possível. Lamento ainda mais, que nunca o tenha assumido como a verdade.


Aprende-se a calar a dor.. mas felizmente, há um dia, em que a alma nos rebenta nas mãos!

2 de abril de 2011

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partilho aqui a ligação deste blog, que apela ao bom humor.

Boas leituras.