13 de abril de 2010

O que fica por dizer..


Gostava de voltar atrás.. algum tempo.. não muito. Há coisas que não faria diferente...
não, não faria! Não são raras as vezes que queremos que o tempo volte
atrás para mudarmos comportamentos e acontecimentos.

Eu, queria voltar atrás, para viver novamente tudo aquilo que senti.

Sei, melhor do que queria, que o tempo não volta atrás. Nem para remediar, nem para reviver.

Mas sei ainda que, senti a ternura do teu abraço, o calor das tuas mãos e o prazer do teu beijo. Agora sei que foi "ilusão"; mas enquanto não me apercebi disso, foram os melhores momentos que poderia ter vivido.

Gostava de estar com um sorriso. Não estou.

Gostava de dizer: não vou chorar por ter perdido. Mas não posso.

Sinceramente, reflicto.. pondero.. e digo: temos de sofrer em cada etapa da nossa vida; e esta é apenas mais uma etapa.

É cedo para saber o que me trouxe tudo isto..

Neste momento apenas sei, que (apesar de efémero), trouxeste até mim uma calma e serenidade impensável À minha dor.

O teu sorriso, era suficiente para combater a minha mágoa. E como foi bom ter-te na minha vida, dessa forma.

Não espero que leias esta carta, até porque,

é uma carta fantasma, que ninguém irá compreender. Apenas eu.

Não vou dizer que te perdi, mas digo, que perdi parte de mim e o meu Porto de Abrigo.

Porto de Abrigo esse, que se deixou levar pela tempestade da vida e dos antigos amores.

Também tu és um marinheiro perdido em alto mar. E dois marinheiros em alto mar, jamais se podem ajudar, não concordas? Mais difícil fica, quando as tempestades não dão tréguas.

Coloquei-te num lugar especial do meu coração quando o meu olhar, compreendeu os segredos que a tua alma esconde.

Esse sorriso que embala qualquer nota musical, é na verdade um sorriso de ocasião. Porque o teu sorriso, esse, só se revela na tua solidão. E para ti mesmo. Quando tudo pára e te sentes apenas em ti, sabes que não precisas de o usar. Que ali, estás apenas tu e a tua sinceridade reflectida no sorriso triste. O real. Aquele que abala o teu coração.

E pode alguém que surge de repente na nossa vida, mudar esse sorriso? Talvez.

Aliás, eu acredito que sim, Mas não eu, pois não?


Eu, também tenho o meu sorriso oculto, a minha máscara, como, já referi.

Se meu coração tivesse vontade própria, estaria com certeza, agora a teu lado. A tentar convencer-te da forma mais idiota possível, que podíamos ser felizes juntos, só tínhamos de tentar.

Felizmente, o meu coração manda pouco (cada vez menos). magoa-me, faz-me chorar. Mas cada vez mais, o conservo dentro do peito.


Fechado para reparação. É isto que diz na entrada do meu coração.

Caso o queiras visitar, fá-lo agora. Não prometo que o encontres nas melhores condições, porque está seriamente a precisar de arranjo.

Mas, o pouco que restou, irá com certeza, receber-te com ternura.


Sabes..

Não escrevo para ti, escrevo por ti, mas para mim. Tentativa de curar o que resta em mim.

Ver-te abala a minha alma. Como mexes comigo.

Trocaria dias da minha vida, por umas horas a teu lado. E não digo isto por paixão, por necessidade ou impulso. É um coração desmoronado que o faz, mas.. fá-lo com amor.

Há várias formas de amor, sabias?

E eu sei que te amei no cantinho da ternura e do sonho.

Sabes aqueles sonhos que projectamos para nós e mais alguém?

Pois Inconsequente pensamento o meu, projectou-me contigo num futuro próximo.

Sabes...

o pior da nossa vida, não é não sermos capazes de nos dar a quem surge, mas sim, a dificuldade em retirar de quem parte! E sei o que digo, pois tal como sabes, já vivi essa incapacidade. Mas hoje, sei que sou livre. Livre de culpa, de manipulações, de sentimentos tão duvidosos como a pessoa que nos "tem nas mãos".

O teu coração é como uma caixinha. E neste momento ainda não te pertence. Enquanto não te libertares, não terás acesso a ti mesmo, não serás dono dos teus sentimentos e decisões.

Passei uma noite sem dormir, a teu lado. Melhor, deitada no teu peito. Provavelmente sabia que aquela seria a ultima noite. E foi.

Mas, sei que te senti, tanto quanto pude. E essa foi a 1ª noite que não dormi, por ti.

Houve outra, em que me senti incapaz de fechar os olhos.. e acreditar que tinhas partido.

Duas noites entre si tão idênticas, mas com propósitos tão diferentes.

As palavras não são suficientes para exprimir o misto de sentimentos em mim.

Neste momento (em que escrevi esta carta em papel), estou a cometer um erro. Mas queres saber? Os erros existem para que os possamos cometer. Que desinteressantes seriamos sem que cometessemos erros.

E,

é neste momento, em que te olho,

que as lágrimas caem. Tudo passou. Mais que passar... deixou de existir em ti.

Quero apenas fechar-me em mim, e por uns longos dias não estarei para nada nem ninguém.

Quando voltar,

apenas peço, que o "tijolo" tenha o seu devido efeito. E tu sabes ao que me refiro.

Ainda acredito que tu regresses ao teu passado. Porque ainda é lá, que residem/permanecem os teus sonhos.


Por vezes, faltam-me as palavras. E é nessas alturas que me perco em pensamentos. Magoa-me. São sempre pensamentos que me exploram, até cair uma lágrima.. e outra.. e outra. Nunca é apenas uma.

Podemos perder várias pessoas que gostamos, ao longo da vida. E podemos perder num curto espaço de tempo, pessoas que fizeram parte de uma vida e pessoas que se poderiam tornar a nossa vida.

De certa forma, é ingrato. Muito.


Perguntas-te-me várias vezes: "o que estas a sentir agora?"

Se, fosse hoje responderia:" sinto-me grata por estares aqui. E deixa-me aproveitar. Sei que tudo isto se extinguirá".


És especial. E sempre serás. Porque aquilo que o meu coração a ti atribuiu, jamais será retirado.


Mas, diz-me, não te sentes perdido?


Posso observar-te. Apenas hoje, Amanhã não estarei mais aqui. Mas fiquei sem palavras. Sei que não terei oportunidade de te falar brevemente. Isso aperta-me o coração.


Aqui, entre nós, gosto de ler o que escreves. Sentir as tuas palavras e através de cada uma tentar entender-te. Não é fácil, sabias?És complexo.. melhor: transmites-te de forma bastante elaborada e complexa.


Digo-te isto,


ao tentar ter-te, tornei-me numa pessoa que não sou ( possessiva e que te pressionou). E isso é tão errado... posso vê-lo agora. Como o sinto, agora.


No teu lugar e com os momentos que tens vivido, também não gostaria de alguém "como eu" na minha vida.


Não posso dar nenhum passo atrás. A palavra proferida jamais poderá ser retirada não é? Quero sim, dar passos em frente.


Chama-me sonhadora (ou estúpida, sim estúpida - o que melhor se aplicar ao desfecho desta história), mas algo me faz acreditar que ainda há espaço para mim no teu coração e na tua vida. Não hoje, nem amanhã... provavelmente, nem no próximo mês. Mas, um dia.


Quero-o. Eu sei que quero.


Haverá força maior que o querer que vem da alma?


Neste momento, és um anjo caído, com as asas desaparecidas, não é? Mas assim, que as recuperares (as asas brancas) e te sentires capaz de voar, vais voltar e convidar-me para te acompanhar.


Porque quando estás no chão, és um anjo solitário, não és?


Diz-me, porque vives tão perdido no teu labirinto que és como um náufrago ( e não um marinheiro) que prefere recusar todas as bóias que lhe são lançadas?


Ou.. talvez julgues que, se te agarrares a uma delas, irás mais depressa ao fundo.



Eu, nunca tive medo da luz, nem tão pouco me assustei com a sombra que a minha escuridão reflecte. Mas aprendi a ver nas trevas dos outros a grandeza da minha própria escuridão. E demorei a entender que , há coisas que nunca se agarram e o amor é uma delas.


Vamos sempre a tempo desde que saibamos aceitar e aprender. I


Isto sou eu, no que tenho de pior: teimosa e obtusa para admitir os factos mais evidentes, sempre que tal não sirva o meu plano previamente traçado. Mas desta vez, não havia plano. O que aconteceu para ser assim? Terá sido assim tão intenso o medo de te perder...


As palavras constituem uma arma quase perfeita para arrumar os sentimentos, sobretudo aqueles que sabemos não conseguir esquecer.


Não somos perfeitos nunca. Apenas conseguimos por instantes tocar a perfeição.


Mais, dá muito mais trabalho lutar por uma felicidade possível do que escolher os caminhos da resignação. Vivi demasiado tempo a sonhar com o impossível e, pior que isso, teimando que as minhas quimeras se poderiam tornar realidade. Essa insatisfação impotente tornou-me ansiosa, irritável, possessiva. Por isso, como uma vez me disseste de forma subtil, mas marcada " estou entre a espada e a parede". Agora compreendo. Eu sei que é tarde.


Mas, a humildade serve também para reconhecer que, por vezes, perdemos o que mais valorizamos.


Pois, ironia esta.. que nos diz, que uma das grandes lições ao longo da existência é estarmos condenados a aprender coisas que já sabemos, à partida. E eu sabia que não queria fazer desta forma. Mas isso não me impediu de agir errado, pois não?


Caí.


Mas vou recuperar. E voltarei, por ti e para ti.


Anjo caído. Iremos voar novamente. Eu sinto.

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