20 de abril de 2010

Fall into the abyss

O meu corpo em mágoa desfalece.
Com sangue escrevo palavras,
Que explicam algumas lágrimas,
Desta noite que não adormece!
Mais uma noite,
lenta, como se o fim me observasse,
a penumbra seca e cortante,
adormece no meu peito,
entorpecendo o pensar mais elementar...
Palavras trémulas, gestos temerosos,
manchas nebulosas vagueiam...
Vultos, gritos, desilusões,
o carrocel do medo instala-se...
..em mim.









Hoje não tenho forças para morrer,
Nem hoje nem amanhã, nem depois…
Aguardarei em silêncio a dor final,
temendo o sofrimento…
Serei apenas mais uma entre todos,
implorando em agonia…
Estarei absolutamente só,
enfrentando algo único…
Confuso, o tempo enrola-se
na garganta, sufoca-me
sem misericórdia
Esqueço-me das pessoas que esperava,


Não sou capaz de adormecer
nem naufragar…
Ninguém ensopará estas lágrimas,
naquele que será o último pranto…
Recordo-me quem fui
no sonho do que poderias ter sido…
Talvez esboce um grito,
talvez pronuncie a palavra Amor,
talvez ainda tenha fôlego
Sei e sinto a derradeira solidão,
uma tristeza sem contornos…
Falta apenas a etapa final,
o trespassar lento da morte,
daquela morte…


* Acabou a esperança em mim. Sou apenas eu. Meu silêncio. E novamente Eu. Não quero mais falsos sorrisos e esperanças. Quero a realidade que me fere e faz chorar. *

Cheguei ao fim das palavras,
sem articular um som...
Dentro de mim, tudo é silêncio,
um silêncio sem rosto...


Hoje, quero ir!

Sim, amei!
Mas agora,

preciso de esquecer, quem se esqueceu de mim.
Por amor, eu fiz loucuras e tive fé de paixão; chorei, sofri e iludi o meu coração e, mesmo assim errei novamente.
Por amor,eu dou (e sempre darei) mais chances. Não vou mudar o meu jeito de amar, mesmo que eu sofra, vou-me entregar.
Talvez um dia quem sabe, possa haver esperança.

Sabes? És passado no meu coração, mas não nego, o quanto marcaste a minha vida (todos estes anos). Independentemente da dor e da mágoa que me ensinas-te a sentir.

Hoje não vou ficar. Hoje quero ir.. encontrar um novo olhar.
Hoje, parei e pensei outra vez, não espero mais por ti. Eu já mudei, mais do que eu sei.
Eu já fui, já andei. Não esperes por mim. Tudo o que eu queria, um tempo para mim, sabes bem que é inútil mudar e o tempo faz parte de mim.

Já sentia solidão quando partilhava contigo o meu Ser.
A minha solidão tinha contornos diferentes daqueles que tem hoje.
Agora. Aqui.
Era mais profunda e dolorosa. Porquê?
Porque era, aquela solidão que habita um coração quando a alma acredita que já encontrou a gémea.. mas,
no entanto,
a vida
as circunstâncias
o destino
ou a falta de vontade por parte do outro

NÃO permitiram que a verdadeira união se realiza-se.

Essa, era a solidão que eu vivia a teu lado.
Mas, não,
não nego,
o quanto foste para mim, porque te amei sem restrições nem limites, aceitando-te todos os teus defeitos, perdoando os teus reveses mais vezes do que seria recomendável, encolhendo os ombros perante as tuas crises existenciais, as dúvidas e hesitações.
Esperei, sempre, que um dia deixasses de ter medo de ser feliz e arriscasses uma mudança na tua vida.
É preciso encontrar espaço para o amor na nossa vida. (E tu nunca o tiveste pois não?)
É preciso dar-lhe tempo. Respeita-lo e torná-lo (sempre) exclusivo num coração.

É preciso ser humilde e corajoso, não ter medo de investir, arriscar e lutar. MESMO sem nunca se saber o que o futuro nos reserva.


Sim, amei.
Há tempos atrás.
Não amei a pessoa que és, amei parte de ti.
Amei apenas a parte que me deste a conhecer.

Agora que te conheço "na totalidade", quero ir.. não quero ficar.



Não és mais a minha alma gémea. Apenas a imperfeição da mesma.
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